Deixo bem claro que a fanfic não é minha, mas uma amiga pediu para postá-la. Portanto tenho autorização para a postar, responder aos comentários e fazer alterações.
Capítulo 1
Seja lá o que for, todo mundo tem um objeto que dá mais confiança: um par de chuteiras para disputar a final do campeonato, uma roupa íntima da sorte para o primeiro encontro, uma blusa confortável para o primeiro dia numa nova escola.
Pois bem, eu só faço provas com um lápis nº2. E não um lápis nº2 qualquer: ele tem que ser um daqueles amarelos com borrachinha cor de rosa na ponta, em que tem apenas um 2 escrito. Igual a de desenho animado, sabe? Comecei a fazer isso na 5ª série, e continuo até hoje, meu penúltimo ano de escola.
A razão para essa minha mania, e sobretudo para minha exigência em relação ao tipo de lápis, é um pouco embaraçosa. Era minha primeira prova de Biologia da 5ª Série (eu simplesmente não consigo entender Biologia!), e eu não conseguia achar um lápis. A prova estava quase começando e eu estava em pânico quando o menino atrás de mim me cutucou. Eu me virei para ver o que ele queria e ele me entregou um lápis, sorrindo, sem dizer nada.
O que eu posso dizer? Sammy Butcher (esse era o nome do menino) foi minha primeira paixonite, aquela coisinha boba que se sente aos 11 anos. Eu não queria gastar o lápis que ele me dera, mas não queria deixá-lo apodrecendo na gaveta, então decidi usá-lo só durante as provas. Ele me deu sorte em relação à escola - minhas notas subiram. Já em relação aos meninos... bom, aquele sorriso foi o único que consegui de Sammy.
Não que isso importasse. Eu tinha tudo de que eu precisava: minhas notas eram exemplares, minha melhor amiga, Alice Brandon, era a criatura mais fofa do mundo, e meu pai, Charlie, era o melhor pai que uma adolescente pode ter. Eu não tinha nada do que reclamar, aliás, quase nada. Eu tinha minhas preocupações.
Nesse momento, a maior delas era, ironicamente, não encontrar um lápis para fazer a prova, de novo de Biologia. Era inacreditável que logo eu ia esquecer um lápis, e eu fui ficando cada vez mais irritada à medida que revirava inutilmente minha mochila.
Eu estava a ponto de estourar quando senti um toque nas costas. Virei-me para trás para ver o que o infeliz queria, e me deparei com um cara me estendendo um lápis. Não um amarelinho bonitinho com borrachinha na ponta: esse era preto, sem borracha e com muitas coisas escritas.
Mesmo assim, a familiaridade da cena me assustou. Era prova da mesma matéria. Eu estava na mesma situação. E quando eu vi o rosto do cara e peguei o lápis com os dedos trêmulos, tive a mesma sensação de que correra uma maratona e meu coração ainda não tinha voltado ao normal.
*
- Vou repetir em Biologia esse ano. - reclamei com Alice na hora do almoço. Eu ainda estava estupefata com a prova e com a outra sensação.
Alice me respondeu com um olhar de descrença.
- Claro. Você vai repetir no mesmo dia em que eu começar um protesto contra a Prada ou a Dolce & Gabanna.
Alice era completamente shopaholic. Não tinha outra palavra para descrevê-la. O dia mais triste da minha vida foi provavelmente quando Renee (minha mãe) me ligou para me dar A Notícia. O da vida de Alice foi quando aquela liquidação de 70% de uma loja no shopping foi cancelada. Não que ela fosse fútil: ela era apenas otimista.
Revirei os olhos com a fala dela e me sentei à nossa mesa ao seu lado.
- Você tem o poder do lápis nº2 ao seu lado, Bella. Ele nunca vai te deixar repetir.
Ignorei o sarcasmo na voz de Alice quando a respondi.
- Não tenho não. Tive que pegar um lápis emprestado hoje porque estava sem o meu.
Ela fez uma careta exagerada de surpresa.
- O quê? Isabella Swan não tinha um lápis para fazer a prova? O céu vai cair!
- Não é engraçado, Mary. - respondi com uma careta. - Eu posso tomar bomba, sabia?
- Mary é a sua avó. - o nome completo dela era Mary Alice Brandon, mas, a menos que você quisesse tirá-la do sério (e acredite, você não queria), você iria ignorar o Mary.
- Isabella é a sua.
Alice ignorou meu protesto.
- A questão é, Bella - ela mordeu um pedaço da maçã que segurava e fez uma pausa para mastigar -, que sempre existem os trabalhos extras. E, claro, os nerds para fazê-los para nós.
- Eu não conheço nenhum nerd, fora eu mesma. - apontei, com as sobrancelhas arqueadas. Ela abanou a mão.
- Você não é um nerd, nerds não se vestem tão bem.
- Foi você quem escolheu minhas roupas, Alice! - os olhos dela brilharam quando eu disse isso.
Revirei os olhos e ela apontou para Erik Yorkie, um cara de cabelo oleoso que sentava na minha frente em Literatura.
- Aquele é um ótimo nerd. Oi, Erik!
Antes que eu pudesse impedi-la, ela já havia acenado para o cara, e ele já estava na nossa mesa, sorrindo de orelha a orelha.
- Oi, Alice. Você está radiante hoje, como sempre.
- Eu sei. E você está... - olhei do rosto de Alice para a camiseta xadrez de Erik, enfiada dentro das calças. -...bem você hoje.
- Eu terminei o trabalho ontem à noite, você quer que eu te entregue agora ou depois?
Ah, então agora tudo fazia sentido. Revirei os olhos e me concentrei em minha comida.
- Depois, não quero engordurar nada. - ela pôs a mão no braço de Erik - Te vejo na aula.
- Até.
Erik se afastou e eu olhei para Alice com olhos acusadores.
- Que foi? Estou só ilustrando o que eu falei!
- Jasper não vai gostar disso. - lembrei a ela.
Jasper Hale era o namorado firme de Alice desde... sei lá, sempre. Os dois eram bonitinhos juntos, mas só depois que eu mostrei isso para eles.
Ela abanou a mão de novo.
- Quem me ensinou isso foi Rose, então ele que se entenda com ela.
Rosalie era a irmã gêmea de Jasper, e uma das mulheres mais bonitas do mundo. Eu tinha pouco contato com ela, mas sabia que ela dividia o gosto por compras e moda com Alice. Elas pareciam se dar bem.
- Ei, falando nisso! - Alice deu um tapinha na cabeça - Seu problema com Biologia está resolvido.
- Alice, eu não vou abusar do coitado do Erik. - sacudi a cabeça negativamente, e ela me olhou com impaciência.
- Eu sei. Você é boazinha demais para isso. - ela disse a palavra com desaprovação. - Mas Emmett, o namorado de Rosalie, joga futebol com um cara que é um gênio em Biologia. Ele podia te ajudar.
- Não sei, não. - respondi, em duvida, e ela rolou os olhos nas órbitas. - Eu não conheço o cara.
- Não seja por isso! - Alice levantou de um salto e veio para o meu lado, esquadrinhando o refeitório com os olhos. - É aquele ali. O nome dele é Edward Cullen.
Eu segui a direção em que ela apontou com os olhos e meu queixo caiu quando eu o vi: era exatamente o cara do lápis.
By: 'Paulinha
Capítulo 1
Seja lá o que for, todo mundo tem um objeto que dá mais confiança: um par de chuteiras para disputar a final do campeonato, uma roupa íntima da sorte para o primeiro encontro, uma blusa confortável para o primeiro dia numa nova escola.
Pois bem, eu só faço provas com um lápis nº2. E não um lápis nº2 qualquer: ele tem que ser um daqueles amarelos com borrachinha cor de rosa na ponta, em que tem apenas um 2 escrito. Igual a de desenho animado, sabe? Comecei a fazer isso na 5ª série, e continuo até hoje, meu penúltimo ano de escola.
A razão para essa minha mania, e sobretudo para minha exigência em relação ao tipo de lápis, é um pouco embaraçosa. Era minha primeira prova de Biologia da 5ª Série (eu simplesmente não consigo entender Biologia!), e eu não conseguia achar um lápis. A prova estava quase começando e eu estava em pânico quando o menino atrás de mim me cutucou. Eu me virei para ver o que ele queria e ele me entregou um lápis, sorrindo, sem dizer nada.
O que eu posso dizer? Sammy Butcher (esse era o nome do menino) foi minha primeira paixonite, aquela coisinha boba que se sente aos 11 anos. Eu não queria gastar o lápis que ele me dera, mas não queria deixá-lo apodrecendo na gaveta, então decidi usá-lo só durante as provas. Ele me deu sorte em relação à escola - minhas notas subiram. Já em relação aos meninos... bom, aquele sorriso foi o único que consegui de Sammy.
Não que isso importasse. Eu tinha tudo de que eu precisava: minhas notas eram exemplares, minha melhor amiga, Alice Brandon, era a criatura mais fofa do mundo, e meu pai, Charlie, era o melhor pai que uma adolescente pode ter. Eu não tinha nada do que reclamar, aliás, quase nada. Eu tinha minhas preocupações.
Nesse momento, a maior delas era, ironicamente, não encontrar um lápis para fazer a prova, de novo de Biologia. Era inacreditável que logo eu ia esquecer um lápis, e eu fui ficando cada vez mais irritada à medida que revirava inutilmente minha mochila.
Eu estava a ponto de estourar quando senti um toque nas costas. Virei-me para trás para ver o que o infeliz queria, e me deparei com um cara me estendendo um lápis. Não um amarelinho bonitinho com borrachinha na ponta: esse era preto, sem borracha e com muitas coisas escritas.
Mesmo assim, a familiaridade da cena me assustou. Era prova da mesma matéria. Eu estava na mesma situação. E quando eu vi o rosto do cara e peguei o lápis com os dedos trêmulos, tive a mesma sensação de que correra uma maratona e meu coração ainda não tinha voltado ao normal.
*
- Vou repetir em Biologia esse ano. - reclamei com Alice na hora do almoço. Eu ainda estava estupefata com a prova e com a outra sensação.
Alice me respondeu com um olhar de descrença.
- Claro. Você vai repetir no mesmo dia em que eu começar um protesto contra a Prada ou a Dolce & Gabanna.
Alice era completamente shopaholic. Não tinha outra palavra para descrevê-la. O dia mais triste da minha vida foi provavelmente quando Renee (minha mãe) me ligou para me dar A Notícia. O da vida de Alice foi quando aquela liquidação de 70% de uma loja no shopping foi cancelada. Não que ela fosse fútil: ela era apenas otimista.
Revirei os olhos com a fala dela e me sentei à nossa mesa ao seu lado.
- Você tem o poder do lápis nº2 ao seu lado, Bella. Ele nunca vai te deixar repetir.
Ignorei o sarcasmo na voz de Alice quando a respondi.
- Não tenho não. Tive que pegar um lápis emprestado hoje porque estava sem o meu.
Ela fez uma careta exagerada de surpresa.
- O quê? Isabella Swan não tinha um lápis para fazer a prova? O céu vai cair!
- Não é engraçado, Mary. - respondi com uma careta. - Eu posso tomar bomba, sabia?
- Mary é a sua avó. - o nome completo dela era Mary Alice Brandon, mas, a menos que você quisesse tirá-la do sério (e acredite, você não queria), você iria ignorar o Mary.
- Isabella é a sua.
Alice ignorou meu protesto.
- A questão é, Bella - ela mordeu um pedaço da maçã que segurava e fez uma pausa para mastigar -, que sempre existem os trabalhos extras. E, claro, os nerds para fazê-los para nós.
- Eu não conheço nenhum nerd, fora eu mesma. - apontei, com as sobrancelhas arqueadas. Ela abanou a mão.
- Você não é um nerd, nerds não se vestem tão bem.
- Foi você quem escolheu minhas roupas, Alice! - os olhos dela brilharam quando eu disse isso.
Revirei os olhos e ela apontou para Erik Yorkie, um cara de cabelo oleoso que sentava na minha frente em Literatura.
- Aquele é um ótimo nerd. Oi, Erik!
Antes que eu pudesse impedi-la, ela já havia acenado para o cara, e ele já estava na nossa mesa, sorrindo de orelha a orelha.
- Oi, Alice. Você está radiante hoje, como sempre.
- Eu sei. E você está... - olhei do rosto de Alice para a camiseta xadrez de Erik, enfiada dentro das calças. -...bem você hoje.
- Eu terminei o trabalho ontem à noite, você quer que eu te entregue agora ou depois?
Ah, então agora tudo fazia sentido. Revirei os olhos e me concentrei em minha comida.
- Depois, não quero engordurar nada. - ela pôs a mão no braço de Erik - Te vejo na aula.
- Até.
Erik se afastou e eu olhei para Alice com olhos acusadores.
- Que foi? Estou só ilustrando o que eu falei!
- Jasper não vai gostar disso. - lembrei a ela.
Jasper Hale era o namorado firme de Alice desde... sei lá, sempre. Os dois eram bonitinhos juntos, mas só depois que eu mostrei isso para eles.
Ela abanou a mão de novo.
- Quem me ensinou isso foi Rose, então ele que se entenda com ela.
Rosalie era a irmã gêmea de Jasper, e uma das mulheres mais bonitas do mundo. Eu tinha pouco contato com ela, mas sabia que ela dividia o gosto por compras e moda com Alice. Elas pareciam se dar bem.
- Ei, falando nisso! - Alice deu um tapinha na cabeça - Seu problema com Biologia está resolvido.
- Alice, eu não vou abusar do coitado do Erik. - sacudi a cabeça negativamente, e ela me olhou com impaciência.
- Eu sei. Você é boazinha demais para isso. - ela disse a palavra com desaprovação. - Mas Emmett, o namorado de Rosalie, joga futebol com um cara que é um gênio em Biologia. Ele podia te ajudar.
- Não sei, não. - respondi, em duvida, e ela rolou os olhos nas órbitas. - Eu não conheço o cara.
- Não seja por isso! - Alice levantou de um salto e veio para o meu lado, esquadrinhando o refeitório com os olhos. - É aquele ali. O nome dele é Edward Cullen.
Eu segui a direção em que ela apontou com os olhos e meu queixo caiu quando eu o vi: era exatamente o cara do lápis.
By: 'Paulinha